domingo, 6 de abril de 2008

Pais x Filhos - LIMITES



Por mais que se escreva sobre a relação Pais e Filhos , esse assunto nunca se esgota . Faz tempo que recebi essa excelente crítica sobre a forma como pais e filhos trocaram de papéis no que diz respeito à autoridade . E essa falta de limites vem nos mostrando suas conseqüências desastrosas , na sociedade como um todo .
A psicologia tem sua responsabilidade , pois permitiu que termos da psicanálise fossem difundidos na sociedade sem maiores explicações sobre seus verdadeiros significados , gerando modificações inadeqüadas no comportamento de uma geração de pais despreparados e desorientados com a perda dos parâmetros de educação herdados de seus próprios pais e avós . Palavras como complexo , trauma e recalque , por exemplo , jogaram por terra todas as certezas sobre como orientar adeqüadamente um filho . Instalou-se uma verdadeira guerra entre as orientações obsoletas herdadas das gerações anteriores e essa nova visão de "pais modernos" , ajustados aos novos tempos .
O mais grave é constatar que nessa guerra só há perdedores .

Carmen Marina


Quem manda ?

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores . E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.


O grave é que estamos lidando com crianças mais 'espertas', ousadas, agressivas e poderosas do que nunca.

Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que gostaríamos de ter tido , passamos de um extremo ao outro.

Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos.

Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.E o que é pior, os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito.

Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal.

Com efeito, antes se consideravam bons pais, aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam as suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais.

Mas, na medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E, além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim.

Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais quem têm de agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado.
Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e 'tudo dar' a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem. Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.


Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta , o permissível sufoca.
Apenas uma atitude firme e respeitosa lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os e rendidos à sua vontade.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.


Os limites abrigam o indivíduo, com amor ilimitado e profundo respeito.

Desconheço a autoria .




Um comentário:

almirante disse...

Os pais não dão limites, pois não querem "ter trabalho". A opção que fazem é realizar os desejos dos filhos.E não ter que educá-los.