quarta-feira, 23 de abril de 2008

As faces da depressão


Qualquer tratamento para ser adeqüado tem que partir de um diagnóstico acertado . Para tanto devemos contar com um profissional competente . Importante lembrar , nesse momento , do risco da auto - medicação ou de uma orientação equivocada .
Muito se fala em depressão , mas na verdade pouco ainda se sabe sobre essa doença que se origina numa alteração da química cerebral e terá pelo menos duas semanas de duração . Se não for tratada da forma correta pode levar a complicações sérias .
Ela causa queda no nosso sistema imunológico abrindo nosso organismo às infecções e outras tantas patologias .

Carmen Marina


As faces da depressão
A tristeza é o rosto mais conhecido da depressão, mas não é o único.
A doença, presente em cerca de 10% da população brasileira, ainda tem faces desconhecidas que confundem pacientes, familiares e médicos desavisados. A maioria não sabe, por exemplo, que o mau humor crônico pode ser um sintoma de um tipo de depressão chamado de distimia.
Mulheres com sensibilidade excessiva a críticas, irritadiças, compulsivas à mesa e sonolentas durante o dia podem estar sofrendo da depressão atípica, que afeta mais o sexo feminino.
Nas crianças, a enfermidade pode estar escondida atrás de um comportamento birrento e desatento.
Nos adolescentes, o abuso de álcool e de drogas deve soar como um sinal de alerta.
Com sintomas tão variados como contraditórios, a depressão é uma das maiores preocupações das autoridades de saúde atualmente. Sem reconhecer os sintomas como parte de uma enfermidade grave, doentes sofrem anos sem saber - e pior, sem procurar ajuda especializada.
Um estudo realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS) mostrou como a doença é subdiagnosticada no país. Ao examinar os pacientes internados no hospital por diferentes motivos, os pesquisadores descobriram que 33% deles sofriam de depressão sem nunca ter conhecimento disso. Ou seja, eram hospitalizados por doenças físicas que podem ter tido origem ou ser agravadas pela depressão.
Descobertas recentes mostram que o transtorno aumenta o risco de desenvolver enfermidades cardiovasculares, neurodegenerativas e infecções.
No futuro, o resultado disso pode se tornar ainda mais grave.Segundo levantamento realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão ocupa a quarta posição na lista das cinco doenças que mais incapacitam e podem levar cidadãos à aposentadoria por invalidez no mundo. Até o ano de 2020, ela terá alcançado o segundo posto no ranking.
Para reverter esse prognóstico sombrio, ganha força uma corrente dentro da psiquiatra que visa pôr fim ao saco de gatos no qual se transformou o termo depressão.
Na verdade, existe uma explicação lógica para o nome ter virado sinônimo de manifestações tão heterogêneas.Segundo o professor de psiquiatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Marcelo Fleck, pacientes com a enfermidade têm em comum uma lentidão de raciocínio e nos movimentos, um indicativo de que o sistema nervoso está com desempenho anormal, isto é, deprimido.
Mas, para evitar o uso de denominações que confundem pacientes e familiares, os especialistas propõem a revisão dos manuais de diagnóstico a fim de dar outros nomes aos diferentes tipos da doença e incluir as novas descobertas sobre suas causas.
Conforme o professor e pesquisador de psiquiatria da Universidade de Londres Mario Juruena, as variações na forma como a depressão se apresenta têm razões não apenas culturais, mas são resultado da interação de um complexo sistema: neurológico, endócrino, imunológico e mental, que começa a ser melhor compreendido pela medicina.
Autor: Diário Catarinense-SC OBID
Fonte: Diário Catarinense-SC

Um comentário:

almirante disse...

Qualquer tipo de atividade é válido para combater a tristeza.Quando nos ocupamos de alguma coisa, as faculdades cerebrais são mobilizadas e assim nos sobra menos tempo para alimentar pensamentos sombrios, que possam nos conduzir à depressão.